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Desenvolvimento de Software: Não deixe seu código-fonte contar mentiras para outros programadores
Publicado em: quinta-feira, 8 de ago de 2019
Tags: Design

No telegram fazendo suporte à comunidade, acabei me deparando com um exemplo que me chamou muita a atenção. Um código que mentia.

E vamos às minhas colocações sobre a questão:

Sobre as abstrações

Eu citei abstrações em Abstrações – Tradeoffs e co-responsabilidade, também falei sobre a absorção de complexidade pela arquitetura em Oragon – Princípios de Design – Complexidade Reside na Arquitetura, ambos são bons textos auxiliares para esse esse texto aqui. Mas falando de abstrações, quando criamos abstrações, estamos tentando abstrair complexidade. Isso quer dizer, delegar à abstração alguma complexidade em prol de simplificar algo. Ou seja, entre as diferentes N formas de se usar algo, elegemos algumas para simplificar de forma a facilitar seu uso. Abstrações em geral são assim.

public IQueryable<T> GetBlaBlaBla(Expression<Func<T, bool> filterExpression) => return session
                                         .Query<T>()
                                         .Where(filterExpression)
                                         .ToList()
                                         .AsQueryable();

O código do acima é de uma abstração de um repositório genérico.

O problema em questão é que:

Ao retornar IQueryable<T> um consumidor espera que o método seja uma promessa de execução de uma query.

Essa expectativa não reflete a realidade. Na tentativa de facilitar o trabalho do consumidor, você está dando uma falsa ideia…

http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/mentira/

Entre 9 definições fico com 2 delas: “4 – Aquilo que dá falsa ideia” e “5 – O que ilude“.

Entenda, não há má vontade nenhuma no processo, mas não é pela boa vontade que o código deixa de ser uma mentira.

A solução óbvia para esse problema seria:

public IList<T> Metodo() => return session
                                         .Query<T>()
                                         .Where(filterExpression)
                                         .ToList();

Pronto, agora:

  • está claro que você está realizando a operação.
  • está claro que você está trazendo os dados para a memória.

Essa simples mudança evita que consumidores enganadamente achem que seu método faz algo que ele não faz. A versão anterior dava a entender que você teria como resultado uma promessa e não os dados todos materializados em memória.

A diferença para quem consome, é que IQueryable<T> sugere que você pode refinar sua consulta com novos filtros e novas projections, e conectado a um bom ORM, a impressão é de que isso acontecerá de forma otimizada em banco. No entanto quanto você chamou o ToList() acabou o amor! O dado veio imediatamente para a memória com o filtro que estava ali. Tudo que você fizer depois de chamar o ToList(), mesmo fazendo cast com AsQueryable(), será realizado em memória.

O Cloud Native .NET é meu principal projeto.

Onde empenho energia para ajudar, acompanhar, direcionar Desenvolvedores, Líderes Técnicos e jovens Arquitetos na jornada Cloud Native.

Conduzo entregando a maior e mais completa stack de tecnologias do mercado.

Ao trabalhar com desenvolvedores experientes, eu consigo usar seu aprendizado com .NET, banco de dados, e arquitetura para encurtar a jornada.

Ao restringir à desenvolvedores .NET eu consigo usar do contexto de tecnologias e problemas do seu dia-a-dia, coisas que você conhece hoje, como WCF, WebForms, IIS e MVC, por exemplo, para mostrar a comparação entre o que você conhece e o que está sendo apresentado.

É assim que construímos fundamentos sólidos, digerindo a complexidade com didática, tornando o complexo, simples.

É assim que conseguimos tornar uma jornada densa, em um pacote de ~4 meses.

Eu não acredito que um desenvolvedor possa entender uma tecnologia sem compreender seus fundamentos. Ele no máximo consegue ser produtivo, mas isso não faz desse desenvolvedor um bom tomador de decisões técnicas.

É preciso entender os fundamentos para conseguir tomar boas decisões.

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Luiz Carlos Faria

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