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O papel das empresas na sociedade
Publicado em: quarta-feira, 19 de abr de 2023

O debate sobre o papel da empresa na sociedade tem sido uma discussão recorrente em diversos círculos acadêmicos e empresariais. Faz algum tempo que esbarrei em uma filosofia que oferece uma perspectiva única sobre essa questão, especialmente no que diz respeito às startups, ao ponto de equilíbrio (breakeven) e ao lucro. Neste artigo, discutiremos o papel da empresa e como ela se relaciona com a sociedade.


Esse post é parte de uma série chamada MUST-KNOW, onde abordo questões do cotidiano, que parecem política, mas afetam diretamente nossos contratantes, nossos clientes, o cliente dos nossos clientes.

Esses temas são importantes para não cairmos em furadas. Seja em um contrato, seja em uma arquitetura. Você vai notar que esses posts não serão divulgados por se tratarem de posts indiretamente ligados à tecnologia. Assim eu vou deixá-los em uma parte especial do site.


A liberdade individual e a capacidade de cada pessoa de tomar suas próprias decisões, é nosso ponto de partida. Essa abordagem se estende ao mundo dos negócios, onde o principal objetivo de uma empresa é buscar o lucro, e que isso, por sua vez, beneficia a sociedade como um todo.

As empresas funcionam como agentes econômicos independentes que buscam atender demandas do mercado. Nesse contexto, os empresários e as empresas enfrentam a concorrência, e somente os melhores sobrevivem, garantindo a eficiência no atendimento de demandas desse mesmo mercado.

As startups, em particular, são vistas como um motor vital de inovação e progresso. Elas surgem como resultado da ambição e da criatividade dos empreendedores, que procuram explorar oportunidades de mercado e desenvolver soluções inovadoras. Essas empresas emergentes representam o espírito empreendedor, e seu sucesso muitas vezes resulta em benefícios significativos para a sociedade.

O ponto de equilíbrio, ou breakeven, é um conceito importante na gestão empresarial. Ele representa o momento em que uma empresa consegue cobrir todos os seus custos e começa a gerar lucro. Atingir o ponto de equilíbrio é crucial para o sucesso de uma empresa e sua capacidade de cumprir seu papel na sociedade.

Antes desse momento, a empresa gasta mais do que recebe, ou seja, está no prejuízo, operando abaixo do breakeven. Esse fenômeno só é possível nas empresas que passam por rodadas de investimento, onde se produz caixa através do aporte de dinheiro de novos ou antigos acionistas. Esse modelo permite que as startups consigam entrar em operação com uma ou mais rodadas de investimento até alcançar o breakeven. A partir desse momento, rodadas de investimento não são necessárias para manter a empresa funcionando, apenas, são opcionais.

O lucro, por sua vez, é visto como a recompensa merecida pelo empreendedor que assumiu riscos e investiu tempo e recursos na busca de oportunidades de mercado. Além disso, o lucro atua como um sinal para o mercado, indicando quais empresas estão oferecendo os produtos e serviços mais valiosos para os consumidores.

A empresa que busca o lucro contribui para o aumento da prosperidade, pois gera empregos, investe em inovação e promove a eficiência na utilização dos recursos.

No entanto, sabemos que o mercado pode falhar em certas circunstâncias e que algumas vezes é necessária a intervenção do Estado para corrigir essas falhas. Nesses casos, as empresas podem desempenhar um papel importante na promoção do bem-estar social por meio de práticas empresariais responsáveis e sustentáveis.

O conceito de responsabilidade social corporativa também se encaixa nessa história. Embora o foco principal das empresas seja o lucro, muitas delas adotam práticas de responsabilidade social voluntariamente, reconhecendo a importância de se engajar em atividades que promovam o bem-estar social e ambiental. Esse compromisso voluntário com a responsabilidade social é visto como uma forma de as empresas contribuírem positivamente para a sociedade, sem a necessidade de intervenção estatal.

Além disso, a busca do lucro pelas empresas pode levar a resultados sociais positivos indiretamente. Por exemplo, uma empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias pode criar produtos inovadores que melhorem a qualidade de vida das pessoas. Da mesma forma, uma empresa que se dedica a treinar e desenvolver seus funcionários pode aumentar o capital humano disponível na sociedade.

Outra maneira pela qual as empresas podem contribuir para a sociedade é através da criação de empregos. À medida que as empresas crescem e se expandem, elas geram oportunidades de trabalho, fornecendo meios de subsistência e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Além disso, a competição no mercado de trabalho pode levar a melhores salários e condições de trabalho, beneficiando ainda mais os trabalhadores.

As empresas também desempenham um papel importante no desenvolvimento e na disseminação de novos conhecimentos e inovações. Startups e empresas estabelecidas investem continuamente em pesquisa e desenvolvimento, o que pode levar à descoberta de novas soluções e tecnologias. Essas inovações, por sua vez, podem melhorar a vida das pessoas e impulsionar o progresso em várias áreas da sociedade.

O papel das empresas no desenvolvimento e na implementação de políticas públicas também é um aspecto relevante. As empresas podem colaborar com o governo e outras organizações na criação de políticas que beneficiem a sociedade como um todo. Essa cooperação pode levar a melhores resultados para os cidadãos e ajudar a garantir que os recursos sejam utilizados de maneira eficiente e equitativa.

Há de se considerar a importância do Estado de Direito e das instituições democráticas na promoção do bem-estar social. As empresas têm um papel a desempenhar na defesa desses princípios, garantindo que suas práticas de negócios estejam alinhadas com as leis e regulamentos aplicáveis e promovendo a transparência e a responsabilidade em suas operações.

Em resumo, o papel principal da empresa é buscar o lucro, e que, ao fazê-lo, ela pode beneficiar a sociedade de várias maneiras, seja através da geração de empregos, do investimento em inovação, da promoção da sustentabilidade ou da defesa do Estado de Direito e das instituições democráticas. Ao mesmo tempo, as empresas podem e devem se envolver em práticas de responsabilidade social corporativa, colaborar na formulação de políticas públicas e adotar práticas empresariais sustentáveis e éticas para promover o bem-estar social e ambiental.

Ninguém nega a existência de falhas de mercado e reconhecemos a necessidade ocasional de intervenção estatal para corrigir essas falhas. No entanto, acredita-se que a autorregulação do mercado e a busca do lucro, em última análise, levem a melhores resultados para a sociedade como um todo.

Dentro dessa perspectiva, é importante lembrar que as empresas operam em um ambiente global e interconectado, e suas ações podem ter impactos significativos em outros países e comunidades. Ao buscar o lucro e adotar práticas empresariais responsáveis, as empresas podem promover o bem-estar global e ajudar a enfrentar os desafios do século XXI, como a pobreza, as mudanças climáticas e a desigualdade. O ícone do capitalismo, o iPhone é um exemplo disso, empregando milhares ao redor do mundo, em países ricos e pobres, em toda a sua cadeia de produção.

Além disso, devemos pensar na importância da educação e do desenvolvimento do capital humano como meios para impulsionar o progresso social e econômico. As empresas podem desempenhar um papel fundamental nesse processo, investindo no desenvolvimento de seus funcionários e apoiando programas educacionais e de capacitação.

A liberdade de escolha e a concorrência são princípios fundamentais da nossa sociedade, e é essencial que as empresas mantenham esses valores em mente ao desenvolver suas estratégias e operações. A concorrência saudável no mercado estimula a inovação, melhora a qualidade dos produtos e serviços e garante que os consumidores tenham acesso a uma ampla variedade de opções.

Por fim, devemos ficar atentos à importância da ética nos negócios e da responsabilidade corporativa. As empresas devem conduzir suas operações de maneira ética e transparente, garantindo que suas ações sejam compatíveis com os valores e princípios, sem ferir ou atacar o bem-estar da sociedade como um todo.

Em conclusão, ao buscar o lucro e ao mesmo tempo se engajar em práticas empresariais responsáveis, as empresas podem contribuir para o bem-estar social, promover a inovação e enfrentar os desafios do século XXI. A liberdade de escolha, a concorrência e a ética nos negócios são princípios fundamentais dessa filosofia, e é essencial que as empresas os incorporem em suas estratégias e operações para garantir um futuro mais próspero e justo para todos.

Mas quando empresas não dão lucro, e não há mais rodadas de investimento… bom isso é tema para outro post.

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