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MVP | Developer Technologies | 2020-2021
Publicado em: quinta-feira, 2 de jul de 2020
Categorias: Carreira Dev | Geral
Tags: Microsoft | mvp

Em Outubro de 2018 eu recebi o primeiro prêmio Microsoft Most Valuable Professional! Como faltava pouco para a renovação (maio, com resultado em 1° de julho) minha renovação havia sido marcada para 2020. E agora estou aqui para contar um pouco sobre o programa e essa a renovação.

A primeira coisa que precisa estar clara é que MVP é um prêmio sobre suas contribuições e colaborações envolvendo tecnologias Microsoft.

MVP não é um cargo, não é uma função, nós não somos pagos para absolutamente nada.

Outro ponto é que o programa, não é uma certificação. Ou seja, não atesta tanto a qualidade profissional, isso precisa estar claro. Assim você vai encontrar no mercado, ou seja, fora do programa, pessoas muito boas tecnicamente, e óbvio, aqui não será tão difícil achar técnicos bons também, afinal, tempo é escasso e boa parte do tempo em que poderíamos estar aprimorando nossos skills, optamos por compartilhar conhecimento.

O programa é um programa de influenciadores. Nós, por 1 ano, temos o selo de “Microssoft MVP”, e isso quer dizer que a Microsoft reconhece nosso trabalho junto às comunidade técnicas e nossa contrubuição com a marca e no fortalecimento de sua comunidade.

A aprovação passa por um pipeline muito louco e extenso, que envolve inclusive a equipe de produto de cada categoria. Aliás, nós temos um portal onde cadastramos nossas atividades. Esse cadastro é o insumo para nossa avaliação anual. E nesse processo de aprovação acabo pegando alguns acessos ao meu site, que sinceramente, me deixam de cabelo em pé! Todo acesso ao meu site oriundo de Redmond me causa frio na espinha!

Esse é um ponto interessante. Eu nunca me imaginei como MVP. Eu não tinha esse anseio. Por que?

Porque um cara que defende NHibernate em detrimento de Entity Framework, defende Linux Containers em detrimento de Windows Containers. Defende redução de lock-in, na minha cabeça, eu tinha todas as características comerciais para ser indesejável no programa. Da mesma forma que sou duro e tento ser contundente nas minhas argumentações, o que para quem me escuta, parece que sou extremamente agressivo. Mas se você me escuta e também me vê, percebe que por trás da câmera tem um gordo gesticulando como um italiano! Ih, perdão, eu não poderia ter escrito isso… ok, podemos dizer que sou um “fitness assintomático” ! Melhorou?

Abrindo um parênteses aqui, eu não estou dividindo esse texto em tópicos pois todo o texto foi pensado em ser uma narrativa só. Ler partes ou isolar partes seria algo problemático, tiraria de contexto e poderia me causar problemas.

Mas voltando ao assunto, eu sinceramente achava que pudesse não ser aceito, e até essa renovação eu achava que por algum motivo, o premio havia sido um erro.

Vale lembrar para quem não sabe, que fui “reportado” já nos primeiros dias de programa. Ou seja, usaram os meios oficiais do programa para notificar um “comportamento indesejável de um MVP”. Era 9:25 da manhã de terça-feira, 13 de Novembro de 2018, quando um membro publica uma vaga para .NET JR, mas essa vaga curiosamente já pedia Docker. Nessa época ainda aceitávamos publicação de vagas no grupo. 5 minutos depois eu mandei uma mensagem para o grupo tentando alertar: Olha aí, já estão pedindo Docker para DEV JR! meio que com a ideia de: “Abram seus olhos, já está acontecendo!”. 12 minutos depois outro membro (que eu validei se era novo ou antigo) diz que não sabia o que era Docker. Isso me soou muito esquisito. Lembro que falávamos de Docker todo santo dia. Naquele momento estávamos fazendo evangelização a todo vapor. Eram lives, vídeos semanais, posts e mais posts. Eu genuinamente fiquei surpreso e me questionei sobre quais condições esse membro não fazia ideia do assunto, visto que estávamos falando disso o tempo todo. Se não fosse produzindo conteúdo, era compartilhando conteúdo ou dando suporte aos outros membros do grupo. Logo cheguei à conclusão de que embora não fosse um membro novo, com toda certeza não acompanhava o grupo. Então, tentando não ser indelicado eu respondi: “Céus… só para não cometer uma gafe. Vc não estava doente nos últimos anos não né? Tipo em coma, sei lá?“. Pronto, foi um inferno, a pessoa ficou chateada, provavelmente achou que eu havia sido sarcástico. Isso repercutiu. Mas na real, eu estava mais preocupado com a chateação da pessoa, pois eu não uso de sarcasmo, acho um artifício sofisticado demais, e acho que pode ser muito facilmente mal interpretado. O que eu imaginei foi: “nem vou brincar pra não causar constrangimento”. Pronto, esse comentário foi uma cagada só. E assim foi marcada minha entrada no programa. Cheguei fazendo mierdinha.

Há alguns minutos voltei à mensagem para fazer uma releitura dessa história e entender se eu, hoje, consigo olhar para esse assunto com um olhar diferente: Não. Continuo fazendo a mesma leitura. Mesmo assim lamento o incidente, minha intenção de não cometer uma gafe, produziu algo muito maior.

Bom, esse foi o único incidente que eu saiba. De qualquer forma desde então eu acabei criando um hábito engraçado de todo início de mês mandar uma mensagem para o MVP Lead para perguntar se está tudo bem com a relação entre “Programa MVP e eu”, naturalmente a repetição transformou isso em uma piada interna.

O programa é fantástico, no mesmo portal onde preenchemos nossas atividades, temos o acesso às listas de email e também a uma lista de benefícios. Eles não brotam na tua conta, você precisa solicitar, mas é super simples e fácil. No meu caso, como MVP da categoria Developer Technologies, eu ganho uma subscription MSDN (que vale mais que barras de ouro, que vale mais que dinheiro). Aliás eu estou para escrever sobre alguns serviços do Azure, já que eu estou com sobras substanciais na minha subscription que vence nessa semana. Outro ponto importante é que essa subscription não pode ser usada para hospedar qualquer coisa. É uma licença NFR (Not for resale) e isso quer dizer que você só pode usar para algumas finalidades e claro pode ser usado nas apresentações que fazemos. No meu caso, a maior parte do consumo de Azure está na conta do Renato Groffe, pois como ele é MVP de Azure, acaba que ele tem mais crédito e também fica com ele a parte de Azure das apresentações que dividimos.

MVP é uma patota de babacas arrogantes? Nãooo!!! Longe disso!

Esses programas produzem exposição, ou seja, o cara está no Amapá, fazendo um puta movimento na sua comunidade local, mas daqui do eixo Rio-São Paulo, não temos ciência disso (nós MVP’s e não MVP’s). Do nada essa pessoa vira MVP e as pessoas perguntam: De onde veio fulano?

E DEV é um bicho chato, viu.

Basta surgir um MVP novo para ele pensar: “Quem é o bosta que entrou?”. Não gente! Pera lá! Ser MVP não faz ninguém melhor nem pior. É um prêmio, lembra? MVP não deixa o pau de ninguém maior, nem menor! Aliás, para ganhar o prêmio, é preciso submeter suas contribuições (você já submeteu a tua?). A Microsoft não tem olheiros nas redes sociais, ou comunidades técnicas, e nós não somos Gisele Bündchen para sermos notados tão facilmente.

Essa coisa de atacar MVP’s sempre existiu, eu lembro por volta de 2010, eu não sabia muito bem o que era o programa, mas eu lembro das pessoas dizendo: “Vamos ver se fulano é ‘fodão’ mesmo?”. Eu nunca tive paciência para esse comportamento. E vai uma dica: Independente da qualidade técnica do MVP, esse comportamento fala muito mais sobre a personalidade de quem o reproduz. Aliás, eu comecei minha jornada publicando conteúdo lá por volta de 2009, 2010, em 2011 eu comecei o grupo de Arquitetura do Facebook. E sinceramente, por conta desses ataques à MVP’s eu sequer quis tentar submeter para o programa. Levei anos sem sequer cogitar. E se não fosse a pilha do Renato Groffe, Andre Secco e Joel Rodrigues (todos do Canal .NET), eu nem teria submetido. Meu discurso era simples: Não é a hora. Eu não estou pronto para estar na vitrine, tomando pedrada só por ser MVP. E claro, não há certeza alguma quando você submete teu perfil. E na comunidade é ligeiramente diferente, a diversão de alguns é tentar questionar seu MVP como se questionasse uma certificação, ou como se desafiasse um lutador, valendo o cinturão. Mas se você for um contribuidor nato, ou seja, se fizer por paixão, com consistência, isso reduz drasticamente.

Isso me faz lembrar da angústia e da extensão do processo. Como esse treco demora. Mas eu acho super válida essa demora. É como uma prova de resistência e resiliência, pois é comum vermos pessoas “Caçando seu próprio MVP”.

São ações meio que desesperadas na publicação de conteúdo. Em geral uma produção volumosa e superficial, em um curto espaço de tempo. Quanto mais “espalhafatoso”, mais acesa fica a red flag.

Uma outra curiosidade sobre conteúdo: é que naturalmente evitamos entrar nos mesmos assuntos uns dos outros, ao mesmo tempo. Se você começa a falar de ASP .NET hoje, mesmo que eu tenha algo sobre ASP .NET faltando só uma capa para publicar, provavelmente vou adiar, nem que seja 1 dia, 1 semana, 1 mês, talvez mais. Se eu tiver mais conteúdo pronto, adio meses. Essa é uma conduta velada, um código de boa vizinhança. Mas é engraçado e peculiar. Mas também tem outro ponto importante. Nós MVP’s não consumimos conteúdos de todos os MVP’s, é comum consumirmos conteúdo de alguns MVP’s, os mais próximos que estão nas mesmas comunidades. Então essa “concorrência” de temas, ocorre sim, mas geralmente são em comunidades diferentes.

Falando em comunidade, lembrei de uma coisa que intencionalmente fiz em todo o texto. Usar “as comunidades” em vez “a comunidade“: Pela ótica da Microsoft é A COMUNIDADE TÉCNICA, mas na prática, somos diversas comunidades descentralizadas. E essa descentralização é o que alimenta a diversidade. Competimos por relevância, por “ser melhor”, “ter melhor conteúdo”. Sempre com fair play, mas sim, competimos. E quando por algum motivo não há competição, inventamos formas de competir ainda assim, nem que sejamos nós contra nós mesmos. Assim buscamos insistentemente fazer mais e fazer melhor. Cada vez mais abrangente, cada vez mais profundo, e para isso vamos criando braços, tentáculos, convidamos especialistas, incentivamos novos criadores de conteúdo.

Mas afinal, e as tretas? Pois é! Nós temos um grupo não oficial no Whatsapp. Céus! Quando aquilo ferve, são 600 mensagens não lidas, 1k mensagens não lidas. É tenso. E quanto tem tanta mensagem assim é porque deu treta. Mas o mais legal é que parecem ministros do STF, usando o linguajar jurídico para jogar pimenta nos olhos dos outros. É um tipo de treta respeitosa, quase desrespeitosa, respeitosa. Não sei se é a educação ou o NDA, do Código de Conduta e outros mecanismos que produzem esse tipo de polidez. Mas 95% do tempo é tranquilo e sereno.

Aliás, uma coisa super interessante da comunidade MVP, são os colab’s. A galera chama uns aos outros, avisam sobre call for papers, isso é muito legal. Eu que sou alienado, sempre perdia os call for papers. Do TDC eu perdi umas 3 vezes já.

Agora sobre os benefícios, temos também algumas coisas iradas! Um destaque para:

Acesso aos Times de Produto: As listas de discussão são fantásticas. A gente consegue discutir com os times de produto. Admito não interagir nas listas, mas leio quase tudo. Ter acesso à galera do ASP .NET, por exemplo, ter contato com a galera do Azure todo. Isso é incrível.

MVP Summit: Um evento, que nesse ano foi online, mas acontece presencialmente em Redmond, exclusivo para os premiados.

Eu me dei conta agora que falei sobre a submissão da primeira inscrição, mas não falei da renovação. Pois é, na primeira vez que você ganha o prêmio, seu MVP Lead vai te dizer quando você renova, ou seja: Se sua renovação será já em Julho do próximo ano ou do ano posterior. Eu entrei em outrubro/2011, não renovei em julho/2019, só estou renovando agora em Julho/2020, a partir de agora é anual. Isso acontece para ter o “acerto” e não prejudicar novatos. A renovação consiste em avaliar as contribuições que fizemos ao longo do ano, semelhante ao que fazemos na primeira vez que entramos. A diferença é que agora temos uma data limite para isso, um ponto de corte mesmo. Eu me lasquei e deixei quase 70 atividades de fora. Mas mesmo sem essas 70, eu já tinha um conjunto grande de atividades cadastradas, além disso as comunidades cresceram muito. Tudo isso contribui.

MVP’s são vendidos e só falam de Azure ou produtos Microsoft, são vendedores disfarçados! Bullshit! Bom, falar de Azure sendo MVP, é fácil. Você tem uma carteira com dinheiro que beira o infinito dependendo do workload que você usar para suas demos. Mas não há nada de errado em falar de outras tecnologias outros cloud providers. Eu falo de Docker e .NET! Azure sequer está rankeado no meu pipeline de conteúdo. E inclusive vou falar agora para dar vasão aos créditos que ainda não usei e vai sobrar muito. No meu caso em específico, eu estava planejando sair da Ebix em novembro/dezembro do ano passado, isso me deixaria algum tempo livre durante 2020 para a produção de conteúdo sobre Azure. Bom, esse ano virou de ponta-cabeça e deu ruim. Outro ponto é que eventualmente a Microsoft nos chama para apresentar algo em seu espaço (presencial ou virtual), e faz algum sentido não falar de Microsoft no espaço dela? Só se ela pedir. Em geral combinamos os temas.

Bom, é isso, se eu renovar ano que vemn, eu volto para contar mais sobre o programa, ou se você preferir, faça perguntas que eu falo sobre o tema antes disso.

Luiz Carlos Faria

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1 Comentário

  1. Rafael Souza

    Parabéns Luiz, você merece muito, seu conteúdo é sempre de alta qualidade!

    Responder

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